Antes do início da Série B, acredito que assim como eu, todos imaginavam que o Vasco venceria sem muitos problemas o torneio. Porém não foi o que vimos dentro de campo desde as primeiras rodadas. Primeiro, tivemos o Ceará, comandado por Magno Alves, a despontar na primeira colocação e mostrando muita força. Logo em seguida, o Avaí teve uma sequência de doze jogos invictos, com goleadas histórias, como aconteceu diante do Vasco em São Januário e Bragantino em Bragança, assim que Geninho assumiu o clube. Mais tarde, foi a vez de Ponte Preta e Joinville arracarem rumo ao título nas rodadas finais da competição, disputando o "caneco" até a última rodada. O Joinville foi o clube mais regular da competição, largando bem no torneio e ficando a maior parte do tempo no G-4. Era um time muito dependente de Jael, que chegou a ser artilheiro da competição por algumas rodadas. Com a lesão do atacante, esperava-se que o rendimento da equipe caísse, porém o clube não se abateu e até melhorou seu entrosamento dentro de campo, conquistando o título. Acho que o grande triunfo de Hemerson Maria, foi montar um elenco com boas opções e uma equipe que não perdia dentro de casa, sendo derrotado apenas uma vez, no clássico contra o Avaí.
A Ponte Preta, por sua vez, não iniciou bem no torneio, mas por ter um elenco qualificado foi crescendo no final do primeiro turno. Teve a conquista da série B em suas mãos nas três últimas rodadas, mas vacilou diante de América de Natal e América Mineiro em casa e também contra o Náutico em Recife, ficando em segundo lugar.
O terceiro colocado Vasco, demorou para figurar o G-4, vivendo dias instáveis com Adílson Baptista no comando. Tendo seu comandante deposto, após a humilhante derrota diante do Avaí, papai Joel Santana conseguiu equilibrar um pouco mais a campanha do clube, que mesmo assim teve dificuldades para assegurar sua vaga à Série A.
A última vaga foi a mais disputada, tendo cinco candidatos ao acesso na última rodada. Avaí e Ceará faziam boas campanhas até as últimas dez rodadas, fazendo crer que disputariam a quarta colocação. Uma "nuvem negra" passou pelos dois clubes, fazendo com que fossem ultrapassados por Boa Esporte, América Mineiro, Santa Cruz e Atlético Goianiense. Ao chegar à 38ª rodada, o Leão da Ilha necessitava vencer o Vasco e esperar por derrotas ou empates de Boa e Atlético Goianiense. Com a ajuda dos adversários de seus concorrentes, que venceram os jogos, e sua própria competência para vencer o Vasco, o time catarinense conseguiu um acesso dramático.
Convivendo com problemas, desde quando foi rebaixada da Série A por escalar um jogador irregular, a Portuguesa foi a grande decepção do torneio. A Lusa foi presa fácil dos adversários, somando apenas 25 pontos e caindo para a terceira divisão. Assim como o time paulista, o Vila Nova também fez uma péssima campanha, caindo de divisão muito cedo. Icasa, que por muito pouco não conquistou uma vaga para a Série A em 2013, brigou até a penúltima rodada, mas também não conseguiu evitar o descesso. Completando a lista, América de Natal, Bragantino e Oeste necessitavam da vitória para não irem para Série C de 2015. O time de Rio Grande do Norte, foi goleado pelo Paraná e foi o último time a cair.
Seleção da Série B:
1 - Vagner (Avaí): Teve um ano fantástico, sendo campeão paulista com o Ituano e conseguindo o acesso para série A. Assim como seu time, teve uma grande fase na competição, fazendo verdadeiros milagres. Quando o time caiu de produção, o goleirão cometeu algumas falhas, mas teve atuações incríveis nas últimas três rodadas, sendo um dos grande nomes do sofrido acesso Avaiano.
2 - Edson Ratinho (Joinville): Após passagens pelo São Paulo e Internacional, o lateral estava "esquecido" no Mogi Mirim. Foi emprestado ao Joinville para compor elenco, mas deu conta do recado quando teve oportunidade e logo conquistou a titularidade. Foi um dos principais motivos da arrancada do JEC, fazendo boas partidas defensivamente e apoiando constantemente. Marcou belos e importantes gols.
3 - Pablo (Avaí): Estava desvalorizado no elenco, sendo até afastado pelos primeiro técnicos do Avaí no ano. Com Pingo, começou a jogar com regularidade, mas assim que Geninho chegou, tornou-se o xerifão da defesa. Além de tudo, fez gols importantes e formou grande dupla com Antônio Carlos.
4 - Tiago Alves (Ponte Preta): Assim como Pablo, foi o xerifão da defesa da Macaca. Mostrou muita raça e dedicação ao time, fazendo partidas brilhantes e muitos gols.
5 - Naldo (Joinville): Uma das revelações do campeonato. Volante "elegante", desarma e marca como poucos e ainda sabe sair jogando muito bem, com passes precisos e velocidade.
6 - Gílson (América MG): Deu muitas assistências aos companheiros. Lateral muito veloz e inteligente.
7 - Tomas (Boa): Já era uma revelação no Paraná, tendo boas passagens por JMalucelli e Atlético Paranaense. Chegou ao time mineiro após a Copa do Mundo, encantando a torcida. Fez belos gols, com chutes precisos de longa distância com sua canhotinha, deu dribles e assistências. Quase conseguiu conduzir o Boa ao acesso.
8 - Pimentinha (Sampaio): Um "capetinha" em campo. Apesar de não ser tão garoto, não para de correr no ataque, indo para cima das defesas o tempo todo. Muito habilidoso, driblador e com uma canhotinha calibrada, foi o grande destaque da boa campanha do Sampaio Corrêa. Lembra muito o jogador Anaílson, na boa fase é claro.
9 - Magno Alves (Ceará): Interminável! Aos 38 anos, o "Magnata" foi o artilheiro da competição, fazendo gols de todos os jeitos. Decidiu muitos jogos para o Ceará, mas infelizmente, para ele, não contou com a ajuda de seus companheiros na reta final.
10 - Marquinhos (Avaí): Nunca foi um velocista e um jogador fisicamente incrível, mas quando os momentos "apertaram", foi o maior ídolo avaiano que decidiu. Com gols decisivos, cresceu na reta final e garantiu o acesso ao Leão. Foi um dos jogadores que mais deu assistências na temporada, e se não fosse o pequeno poder de finalização de seus atacantes, poderia ter se destacado ainda mais.
11 - Edigar Junio (Joinville): O craque da competição. Quando Jael se machucou, foi o garoto quem chamou a responsabilidade. Estava jogando pelos lados do campo no início do torneio, muito bem diga-se de passagem, mas sem seu centroavante lesionado, Maria colocou-o na frente. Com gols decisivos e jogadas deslumbrantes, contribuiu muito para o título do JEC.
TÉCNICO: Hemerson Maria (Joinville): Já mostrava ser um treinador promissor quando treinou o Avaí, mas no Joinville, Maria tornou-se realidade. Evoluiu muito e aprendeu com os erros cometidos no ano passado, quando estava com as "mãos" na vaga e não conquistou-a. Deixou de ser retranqueiro e de querer empates fora de casa, jogando com três atacantes e surpreendendo os adversários. Vai ser um dos melhores treinadores do Brasil dentro de poucos anos.
Melhor jogador: Edigar Junio (Joinville)
Artilheiro: Magno Alves (Ceará)
Revelação: Tomas (Boa Esporte)